A guerra paulista

Capa da revista CIGARRA de agosto de 1932

   O site Memória da Imprensa retoma a pesquisa dividida por décadas em seu acervo digitalizado. Uma das edições traz seleção de assuntos registrados pela imprensa entre 1931 e 1940. Foram escolhidos  quatro temas que ajudam a contar a história da turbulenta década de 1930. Um dos temas é a Revolução Constitucionalista de 1932.

   Guerra Paulista – O Brasil passou a ser governado por Getúlio Vargas a partir da Revolução de 1930, que acabou com a chamada política do café com leite. Insatisfeitos com os rumos políticos, os paulistas declararam guerra a Vargas em 1932. Incentivada pela imprensa, principalmente pelo rádio, a população lutou em trincheiras em diversas cidades paulistas, acabando derrotada pela tropa federal, a qual estava em quantidade muito maior em relação aos combatentes. 

   Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder em 1930, a tensão entre os paulistas e o governo federal aumentou, culminando na chamada “Guerra Paulista” de 1932 – ou “Revolução de 32”, como ficou mais conhecida.
    “A revolução contou com o apoio de quase toda a imprensa paulista”, segundo Pilagallo. Um dia após o início da revolução, em 10 de julho, o jornal O Estado de S. Paulo publica a seguinte manchete na primeira página: “Está vitorioso em todo o Estado o movimento revolucionário de caráter constitucionalista”. A Gazeta afirmava: “De São Paulo partiu o brado da Independência; de São Paulo também parte, agora, o brado pela Constituição”. Os dois jornais de Chateaubriand, O Diário de S. Paulo e o Diário da Noite, também exaltavam os paulistas.    Após o final da guerra paulista, em outubro de 1932, Assis Chateaubriand e seu irmão Oswaldo, diretor dos Diários Associados, foram presos, assim como outras lideranças constitucionalistas. “Os detidos foram levados para a chamada ‘sala da capela’, um pequeno recinto na Casa de Correção do Rio de Janeiro. Por lá passaram, entre os jornalistas, Cásper Líbero, da Gazeta, e o grupo dirigente do Estado, Plínio Barreto, Paulo Duarte e os irmãos Mesquita, que haviam participado dos combates”.
   Para registrar esse período, o site seleciona páginas da revista A Cigarra mostrando os paulistas nas trincheiras, registros de funerais dos combatentes e fotos de presos políticos, entre eles Assis Chateaubriand e Guilherme de Almeida. Também estão registradas imagens dos soldados paulistas e de mulheres no cotidiano da guerra.
   Também foi na década de 1930 que as mulheres começaram a conquistar espaço e voz na sociedade. Confira a campanha da primeira mulher a ser eleita deputada federal por São Paulo, em 1933, e as considerações dos leitores de A Cigarra quanto ao voto feminino, instituído em 1932.

VEJA DETALHES DA REVISTA "CIGARRA" DE AGOSTO DE 1932

Mulheres paulistas - Da seção Páginas de nossa história, destacamos fotos de mulheres voluntárias na Cruz Vermelha, em oficinas de costura e na preparação de lanches para os soldados. Páginas 18, 19, 22, 27 e 28 do PDF.

O cotidiano da revolução - imagens dos paulistas nas trincheiras, na hora do rancho e descansando. Legendas exaltam a coragem dos soldados. Páginas 21 a 23 PDF.

Homenagem póstuma - Funerais de combatentes da revolução. Página 26 do PDF.

Presos políticos - Assis Chateaubriand, Guilherme de Almeida e outros na Casa de Correção, no Rio de Janeiro. Páginas 24 e 25 do PDF.

Opinião - Comentários de leitores sobre o voto feminino. Página 16 do PDF.

Candidata pioneira - A campanha de Carlota Pereira de Queiroz, primeira mulher eleita deputada federal por São Paulo. Página 18 do PDF.

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