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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO


 
 O Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, constituído em 1°. de novembro de 1894, na Capital do Estado de São Paulo, e designado abreviadamente neste Estatuto e em outras situações apenas por IHGSP, é uma pessoa jurídica de direito privado, de fins não econômicos, de caráter científico e cultural, reconhecido de utilidade pública, tem seus atos constitutivos registrados no 1°. Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Capital e está inscrito no CNPJ/MF com o n°. 62.926.977/0001-91.

O IHGSP é dotado de total autonomia e liberdade, sendo regido por seu Estatuto, por Regimento e Regulamentos Internos que vierem a ser aprovados, além da legislação que seja aplicável à sua modalidade de atividade.








Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
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Em 1554 o Padre Anchieta, após expedição que partiu do litoral, resolveu construir neste local uma dependência para servir de alojamento e colégio para catequisação dos índios, fundando assim a cidade de São Paulo. Funciona no local o Museu de Anchieta.

PRESIDENTES DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO
 
Nome
Período
Cesário Mota Júnior
1894-1896
Manuel Antonio Duarte de Azevedo
1897-1912
Luiz de Toledo Piza e Almeida
1913-1916
Altino Arantes
1916-1922
Afonso Antônio de Freitas
1922-1930
José Torres de Oliveira
1930-1950
Ernesto de Sousa Campos
1951-1957
José Leite Pedro Cordeiro
1957-1962
Aureliano Leite
1963-1976
Ernesto de Moraes Leme
1976-1978
José Pedro Leite Cordeiro
1978-1985
Lycurgo de Castro Santos Filho
1986-1992
Hernâni Donato
1993-1998
Roberto Machado Carvalho
1999-2001
Nelly Martins Ferreira Candeias
2002-2015
Presidentes Honorários 
Prudente José de Moraes Barros José Maria da Silva Paranhos - Barão do Rio Branco Rui Barbosa Afonso d'Escragnolle Taunay Ernesto de Moraes Leme Lycurgo de Castro Santos Filho Hernâni Donato

APRESENTAÇÃO

REGISTRO HISTÓRICO
Inauguração do Edifício Sede Ernesto de Sousa Campos por ocasião das comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo, 25 de janeiro de 1954.

Afonso d'Escragnolle Taunay 1870 - 1958
Diretoria
Triênio 1954 - 1956
Presidente Honorário.......... Afonso d'Escragnolle Taunay
Presidente............................ Ernesto de Sousa Campos
1º Vice-Presidente............... Frederico de Barros Brotero
2º Vice-Presidente............... Carlos da Silveira
3º Vice-Presidente.............. Aureliano Leite
1º Secretário........................ Luis Tenório de Brito
2º Secretário........................ Francisco Teive de Almeida Magalhães
3º Secretário........................ Alfredo Gomes
4º Secretário........................ Álvaro da Veiga Coimbra
1º Orador............................ José Pedro Leite Cordeiro
2º Orador............................ Antonio Sílvio da Cunha Bueno
1º Tesoureiro...................... Dácio Pires Correia
2º Tesoureiro..................... Tomáz Oscar Marcondes de Sousa
Relatório da Diretoria
Prezados consócios:
O ano de 1954 teve especial relevo histórico. Efetuaram-se nesse período as comemorações que assinalaram o IV Centenário da fundação da maravilhosa metrópole que comanda o progresso vertiginoso do Estado de São Paulo, vanguardeiro da civilização brasileira. Efemérides da cidade que mais cresce neste planeta e que é a essência da terra em que vivemos cabia, ao nosso Instituto Histórico e Geográfico, considerável responsabilidade no conjunto das homenagens promovidas, com esse objetivo, pelos poderes públicos e entidades privadas.
Havia ainda outro motivo, também poderoso para tornar este ano augusto de 1954, querido ao nosso sodalício. Ocorreu coincidentemente o sexagésimo aniversário desta já veneranda Casa da História. São sessenta anos ininterruptamente empenhados, pedra sobre pedra, na realização de obra cultural do mais alto grau. Idealismo puro. Porque aqui o devotamento não é compensado por qualquer benefício de ordem material. Todos trabalham graciosamente e ardorosamente pela manutenção, prestígio e progresso de uma instituição que é um dos expoentes da cultura nacional. Tem a nossa casa os seus olhos voltados para os feitos da nossa gente. Contempla, registra e colabora na trajetória que pelo rolar dos séculos tem conduzido e conduzirá sempre a nossa pátria aos altos destinos; condizentes com a situação invejável, mas cheia de compromissos, de maior pais latino em área e população.
Consciente do papel que lhe caberia neste momento alto do calendário paulista, cuidou o Instituto cautelosamente de formular, com antecedência,seus programas de ação.
Esta é a principal razão do êxito obtido que é incontestável. Iniciamos os trabalhos tão logo assumimos a vice-presidência, em exercício da presidência, logo seguida pela eleição da Diretoria de 1951-54, reeleita para 1954-57.
Nossa participação nas homenagens pelo quadrissecular aniversário de São Paulo desdobrou-se em vários setores de atividades: (I) edificação da nova sede e seu equipamento; (2) edições comemorativas; (3) cunhagem de medalha comemorativa; (4) Congresso de História; (5) exposições de caráter histórico; (6) Curso sobre História de São Paulo; (7) transladação dos despojos ria imperatriz Maria Leopoldina Josefa Carolina para o Panteão situado sob o Monumento da Independência.
O problema mais urgente era o da construção do novo edifício. Deveríamos estar preparados convenientemente na ocasião oportuna. E ainda competia cuidar desde logo do novo mobiliário e equipamento; reformando e atualizando o que fosse possível aproveitar do que já existia. Estas providências tomadas juntamente com o plano das obras determinaram considerável economia porque os preços depois subiram astronomicamente. Simultaneamente com o início das obras estudamos, projetamos e contratamos as estantes de aço, as poltronas do anfiteatro, a remodelação do velho mobiliário e adquirimos os aparelhos de projeção (diascópica e epidiascópica), cinema, gravação de som e para reproduções mimeográficas. Tudo isto poderia ser hoje revendido por três ou quatro vezes o valor da aquisição que fizemos.
Os livros comemorativos que editamos e a gravação da medalha tiveram tal precedência na sua confecção que puderam ser apresentadas na data máxima de 25 de Janeiro. O Congresso de História primeiro a ser realizado pelo nosso sodalício foi tratado a longo prazo; condição principal do grande êxito obtido.
Entre tantos congressos efetuados para solenizar o ano de 1954, o de História foi o mais bem meditado, melhor organizado e mais bem sucedido; não só pelo número e valor das teses debatidas como também pelas exposições complementares de "Vestes Imperiais" e "Louça Histórica".
As outras mostras sobre "Imagens Religiosas Brasileiras", "Ex-Libris", "Filatelia", tiveram, como as duas mencionadas, extraordinário êxito, comprovado pela freqüência superior a 20.000 pessoas, atraídas pela beleza e ordenação metódica, diríamos didática das exibições. A transladação dos despojos da Imperatriz Leopoldina para a cripta do Ipiranga foi um acontecimento de inigualável repercussão.
Muitos dos fatos que iremos relatar a seguir foram mencionados em relatórios anteriores.
Todavia convém recapitular os aspectos principais no que tange as comemorações; acrescentando outros não mencionados anteriormente, assim como as ocorrências de natureza diversa que compuseram complexivamente a imensa massa de trabalho no decurso do ano social transacto. Daremos destarte unidade ao conjunto das solenidades que se findam a 25 de Janeiro de 1955, aurora de uma nova centúria, cujos acontecimentos serão rememorados em 2054.
Estamos seguros de que os prezados confrades têm perfeito conhecimento dos esforços e dedicação dos companheiros, funcionários e de pessoas estranhas ao nosso quadro social que se entregaram, de alma plena, aos empreendimentos que notabilizaram a participação do Instituto nas festividades de 1954.
Todo este esforço seria improfícuo se não tivéssemos, ao lado de boas diretrizes, preciosos auxílios financeiros, cujos valores e origens serão discriminados minuciosamente em itens respectivos, contidos neste memorial.
Figuram em primeiro plano o empréstimo da Caixa Econômica Federal, no valor de Cr$ 4.500.000,00, o auxílio federal de Cr$ 2.500.000,00, a verba concedida pela Comissão do IV Centenário de Cr$ 500.000,00, dois donativos de Cr$ 100.000,00, cada um e outro de Cr$ 30.000,00, além de um legado de Cr$ 10.000,00 e mais Cr$ 117.000,00 dos que subscreveram o rateio para compra das vitrinas de aço para a nossa galeria de exposições. Temos aí um total que somado aos juros e outras fontes de receita se aproxima de Cr$ 8.000.000,00.
Estes valores vão muito além das receitas arrecadadas em muitos anos de gestão normal do nosso sodalício. 
Não queremos finalizar esta breve introdução sem pôr em relevo o esforço, o devotamento e eficiência da contribuição de consócios não pertencentes a Diretoria, assim como de funcionários e pessoas estranhas ao nosso quadro social que se empenharam vivamente e eficientemente pelo bom resultado das nossas realizações comemorativas, no decorrer de 1954. Entre os consócios acima referidos destacamos Antônio Silvio Cunha Bueno (recursos financeiros), Tito Lívio Ferreira (congresso e cursos), Eldino Brancante (exposições e trasladação dos despojos de D. Leopoldina), D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança (exposição imperial), Fausto Ribeiro de Barros (cinema educativo) se bem que todos de um modo geral se tivessem esmerado em concorrer para o êxito dos grandes empreendimentos promovidos, principalmente no que se refere ao Congresso de História.
Entre os funcionários que deram sua atividade total e altamente produtiva queremos destacar o sr. Everardo Seixas Martinelli, que muito trabalhou nos preparativos e realização do Congresso, assim como para as exposições, transladação aos despojos da nossa primeira Imperatriz e na obtenção de recursos financeiros.
Para o êxito do Congresso foi preciosa a atuação infatigável da nossa funcionária senhorinha Neusa Buetin Fernandes. Houve nesses lavores muita ordem, método e pertinácia. Outros auxiliares concorreram, dentro dos setores, para as tarefas normais de rotina.
Entre os estranhos ao nosso sodalício assinalaremos apenas os que mais destacadamente concorreram com sua boa vontade para as nossas empresas em homenagem a São Paulo: o Príncipe lrnperia1 D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, os três ministros da Educação e Cultura que se sucederam, Antonio Balbino, Edgar Santos, Cândido Mota Filho, tendo este último vindo a São Paulo, como representante do Presidente Café Filho para prestigiar uma solenidade do Instituto; Prof. Valério Giuli, ao tempo Secretario da Educação da Municipalidade; Coronel Oscar de Melo Gaya, Comandante Geral da Força Pública de São Paulo; Sr. Artur Etzel, Senhora Eldino Brancante, Padre Hélio Abranches Viotti e o Dr. Olavo Siqueira Ferreira que em sucessivas viagens ao Rio de Janeiro, feitas às suas expensas, cuidou abnegadamente de interesses relevantes do nosso Instituto, junto aos poderes públicos federais e a Cúria Metropolitana da Capital da República. 
Queremos também salientar mais uma vez a benemerência dos que nos deram agasalho em sede provisória, por duas etapas sucessivas: Prefeito Armando de Arruda Pereira, Dr. Nelson Marcondes do Amaral e Prefeito Jânio da Silva Quadros.
Poderão ter sido omitidos alguns nomes desta resumida relação, por inadvertência nossa.
Após esta breve introdução examinaremos separadamente cada uma das múltiplas realizações que movimentaram, de modo singular este primeiro ano da atual Diretoria a que temos a honra e o prazer de presidir.
Comemorações do IV Centenário de S. Paulo* 
1 - O Novo Edifício
Inicio das obras: 12 de Novembro de 1952. Conclusão: 31 de Dezembro de 1954. Duração das obras: 25 meses e 19 dias. Inauguração do auditório do Instituto: 25 de Janeiro de 1954.
A construção do novo edifício foi o empreendimento culminante das nossas comemorações do IV Centenário considerando-se a vida futura do nosso sodalício. Realmente marca uma época nova na vida da instituição não somente pelas condições de conforto que hoje possuímos como também e principalmente porque se abrem novos horizontes, com as perspectivas financeiras que a nova casa faculta. A abertura de uma nova era para a Metrópole paulistana corresponde, assim, a uma nova fase da nossa agremiação cultural. Coincidência feliz e marcante.
Embora tenhamos de pagar as prestações à Caixa Econômica Federal, durante três lustros, é incontestável que resultou dessa iniciativa a estruturação de avultado patrimônio. Ficou assegurada a vida normal do Instituto na hora atual e terão os vindouros consideráveis possibilidades de expansão e prosperidade. Tudo se processou sem alienação de bens e sem tocarmos nas apólices adquiridas por administrações anteriores.
Prudente seria transformar agora a nossa associação em fundação preservando-se este patrimônio hoje talvez superior a Cr$ 25.000.000,00. O arrendamento de metade do edifício, abrangendo cinco pavimentos, é suficiente para que sejam exatamente cumpridas nossas obrigações contratuais e para manutenção regular dos nossos serviços. Teremos de viver em regime de austeridade durante quinze anos. São necessários para integral pagamento da divida contraída com a Caixa Econômica Federal de São Paulo. Expirado, porém, o prazo de dez anos serão nossas finanças reforçadas pelo arrendamento do nono pavimento. Como é do conhecimento dos senhores associados o nono pavimento foi construído as expensas da firma construtora Celbe Ltda. que durante dez anos, por isso, não pagará alugueres.
Completado o compromisso de financiamento poderá contar o Instituto com um rendimento anual talvez superior a dois milhões de cruzeiros. E convém acentuar que o projeto primitivo de seis pavimentos, uma loja e um porão foi aumentado, durante as obras, para dez pisos; compreendendo-se, no conjunto, duas lojas superpostas, um porão e mais sete pavimentos superiores tudo sem novo gravame de empréstimo. Ficou este limitado aos Cr$ 4.500.000,00 iniciais. Para a construção do décimo pavimento havíamos feito uma combinação com a firma construtora pela qual ficaríamos devendo à mesma a importância correspondente que lhe seria paga em prestações. Com esforço, porém, conseguimos vencer tal dificuldade.
Estas obras estão pagas. Acrescentamos ainda um elevador (já pago) pois que primitivamente havíamos projetado uma única peça desse gênero. E apesar de todas estas circunstâncias e das despesas com as comemorações do IV Centenário, não tocamos no reduzido patrimônio de ações, oriundo de administrações anteriores.
Muitíssimo folgada seria a nossa situação financeira se o prédio ficasse terminado na época prevista, em 25 de Janeiro de 1954 ou na que se convencionou depois, em consequências dos acréscimos ora mencionados: 9 de Julho. Prolongaram-se portanto os trabalhos construtivos por mais seis meses acarretando pagamentos de juros secos, isto é, sem amortização e a perda de alugueres.
Juros e alugueres perdidos representam considerável prejuízo. Tais fatos estão ocorrendo aliás com as obras em curso nesta capital, em conseqüência do mercado de materiais e escassez de técnicos e operários.
Eis provavelmente porque foram baldados nossos repetidos esforços junto à firma construtora para que se abreviassem os trabalhos de construção.
Devemos acentuar, porém, que as obras foram executadas segundo as regras da arte de bem construir. Não houve aplicação de material de má qualidade, apesar da progressão vertiginosa dos materiais e mão de obra.
A construção não ostenta luxo a não ser nos mármores da frontaria, destinados a oferecer dignidade ao revestimento da parte principal da fachada e dar garantia de sua preservação contra a constante agressão da intempérie.
Além da fiscalização da Caixa Econômica, exercida por um engenheiro, necessitava o Instituto nomear um outro para idêntica missão, como é de regra em casos congêneres. Tomou, entretanto, o Presidente do Instituto a responsabilidade técnica do exercício dessa missão. Cumpriu-a graciosamente. Em dois anos de duração das obras aliviamos assim os nossos cofres de soma que anda em derredor de Cr$ 100.000,00.
Enfim conseguimos vencer a áspera caminhada com galhardia apesar dos contratempos inevitáveis nessa época de desajustamentos econômicos e sociais. Não aumentamos a divida contraída com a Caixa Econômica. Manteve-se esta nos limites dos Cr$ 4.500.000,00 iniciais. Além deste financiamento nada deve o Instituto, compreendendo-se neste quadro, obras, mobiliário, publicações, comemorações do IV Centenário, etc. Tudo está pago. Considerando-se o volume dos trabalhos realizados e aumento das obras podemos considerar tudo isso um milagre.
O edifício com seus pavimentos e porão apresenta aspecto agradável. Feição moderna e leve em conseqüência do balcão saliente e funcional que movimenta a fachada. Coloração clara e alegre. Dois portões de aço fecham as lojas. Na entrada para o Instituto e andares superiores encontra-se uma porta histórica outrora pertencente ao antigo Palácio do Governo, no Pátio do Colégio, infelizmente demolido e justamente neste ano histórico. Adquirida pelo nosso consócio Nicolau Duarte Silva que a ofereceu ao nosso sodalício, tivemos a idéia de colocá-la no local mencionado. Tornou-se assim a dádiva ainda mais preciosa. Ficou ao contato do público. Levará uma placa explicando sua origem. Magnifica portada. Testemunha muda de uma grande e gloriosa parcela da história de São Paulo.
Toda a construção é suportada por um arcabouço de concreto armado erguido sobre sólidas fundações diretas. São vigas invertidas lançadas a vários metros de profundidade. Foram obedecidas as normas brasileiras no cálculo da estrutura.
Queremos agora pôr em evidência a circunstância preciosa de não existirem colunas internas: as lajes estendem-se diretamente entre as duas paredes laterais. Em suma: pisos de taco ou marmorite, sanitários revestidos de azulejos; esquadrias de ferro com vidro duplo; dois elevadores Atlas; iluminação ampla e bem distribuída.
O alojamento do Instituto no novo edifício excedeu ao que fora prometido em 1952. Dissemos então que ficaríamos concentrados em dois pavimentos como na velha sede: auditório e biblioteca. Basta atentar para o primitivo projeto a fim de relembrar tal circunstância.
Entretanto tivemos a ventura de distribuir os nossos serviços em CINCO PAVIMENTOS a saber:
1 - Terceiro pavimento: Salão nobre (Auditório); Presidência; Secretaria. 2 - Quarto pavimento: Galeria de Exposições. 3 - Quinto pavimento: Biblioteca, Leitura, Anexo. 4 - Décimo pavimento: Almoxarifado, Apartamento do zelador. 5 - Porão amplo, independente das lojas. Com entrada própria. Lojas e andares restantes foram alugados. Tem o Instituto três inquilinos: 1 - Bazar Lord: loja com dois pisos e três pavimentos (6º. 7º e 8º) 2 - Sociedade Numismática Brasileira: Salas posteriores do 4º pavimento. 3 - Companhia Construtora Celbe Ltda. 9º pavimento.
Os problemas do arrendamento foram amplamente debatidos. Consagraram-se para tal objetivo sucessivas reuniões da Diretoria, outras em sessões normais do sodalício. Terminaram estes estudos e deliberações com a aprovação em assembléia geral, convocada em conformidade com os estatutos. O arrendamento ao Bazar Lord foi fixado, por três anos em Cr$ 120.000,00 (Cento e vinte mil cruzeiros) mensais, vale dizer Cr$ 1.440.000,00 anuais.
Por concessão especial, aprovada pela casa, continuou o Instituto a alugar por preço reduzido duas salas à Sociedade Numismática que sempre compartilhou da nossa sede.
Mantém-se, portanto, esta bela tradição de amizade e solidariedade social. A renda anual do Instituto eleva-se, destarte, a quase um milhão e quinhentos mil cruzeiros, ou exatamente um milhão e quatrocentos e setenta e seis mil. Por outro lado fixaram-se no contrato do Bazar Lord obrigações daquela firma em relação à manutenção proporcional das despesas de conservação dos elevadores e outras pequenas despesas comuns.
As mudanças do Instituto para a sede provisória e sede definitiva ocorreram de modo assaz econômico, graças aos auxílios de transporte por parte dos poderes públicos estadual e municipal. Reduziu-se destarte grande parte das despesas consideráveis exigíveis para o caso. 
Não houve perdas materiais. Não desapareceu um único volume da biblioteca. Voltaram também em perfeita ordem os livros guardados no Departamento de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, assim como o material conservado também, por gentileza, no Museu do Ipiranga.
O convênio com a Prefeitura do que resultou termos abrigo por três anos, em dependência da Municipalidade, representou uma economia de cerca de trezentos mil cruzeiros que teríamos de pagar de aluguel.
Com a ajuda de Deus vencemos esta difícil e perigosa empresa de construção da nova sede, partindo apenas do terreno limpo, sem a ajuda de qualquer reserva monetária. Nossos cofres acusavam apenas um depósito de Cr$ 200.000,00 destinados à manutenção rotineira da casa e que nisto foram empregados e até excedidos, nestes dois anos de instalação provisória. E chegamos ao fim desta jornada em situação de prosperidade jamais alcançada pelo nosso sodalício, nestas seis décadas de sua existência.
Assinalamos tal circunstância com ufania porque devotamos imenso amor à instituição que temos a ventura de dirigir. E esforçamo-nos para não desmerecer a honrosa confiança dos que nos elegeram e nos concederam, em votações e documentos, ampla liberdade de ação, diremos melhor carta-branca, no tocante ao problema de construção do novo edifício. Prestamos estas contas de alma plena, orgulhosos pelo êxito do empreendimento.
2 - Placas Comemorativas
No decorrer de 1954 foram fixadas na sede social placas comemorativas localizadas em diversas dependências do edifício inauguradas em várias solenidades registradas em nossas atas. Vejamos: a) Entrada do Edifício - Placa de bronze com as dimensões de um metro e vinte centímetros por setenta centímetros com os seguintes dizeres: "Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 
1954
As obras deste edifício foram iniciadas e terminadas sob a Presidência de Ernesto de Sousa Campos sendo presidente honorário Affonso de Escragnolle Taunay e integrantes da Diretoria Alfredo Gomes, Álvaro da Veiga Coimbra, Américo Brasiliense Antunes de Moura, Antônio Silvio Cunha Bueno, Aureliano Leite, Carlos da Silveira, Dácio Pires Correia, Francisco Teive de Almeida Magalhães, Frederico de Barros Brotero, José Pedro Leite Cordeiro, Luís Tenório de Brito, Tomás Oscar Marcondes de Sousa".
Início da obra: 12-X1-1952. Inauguração do Auditório e Biblioteca: 25-1-1954, em comemoração ao IV Centenário da fundação de São Paulo. A firma construtora, Sociedade Construtora Celbe Ltda. Engenheiro responsável: Pérsio Pereira Mendes.
b) - Auditório - Placa de bronze com o nome de Afonso de Freitas, antigo Presidente do Instituto. Idem oferecida pela coletividade democrática espanhola, figurando o Venerável Padre José de Anchieta ao pé de uma cabana e rodeado de aborígenes e mamelucos. Ao fundo aparece o São Paulo dos nossos dias com seus volumosos arranha-céus. Em nome dos generosos doadores falou o nosso prezado consócio Eduardo Fernández y González, tendo agradecido o orador oficial do Instituto, Sr. J. P. Leite Cordeiro. Duas outras placas de bronze foram ofertadas, em nome do "Movimento Pró Padre Manoel da Nóbrega", pelo Sr. Manuel Melo Pimenta. Urna apresenta o Padre Manoel da Nóbrega em alto relevo, tendo ao fundo o mapa do Brasil onde se destacam as cidades que mais se beneficiaram com a ação do inolvidável inacino. Outra exibe urna das faces, muito da nossa medalha comemorativa do IV Centenário. Na inauguração, feita exatamente na efeméride que assinala o dia e a morte do Padre Manoel da Nóbrega, falaram os Srs. José Augusto da Silva Ribeiro pelo "Movimento Pr6 Padre Manoel da Nóbrega fundador de São Paulo"; Carlos da Silveira dissertando sobre "Armas e escudos luso-brasileiros"; Luís Tenório de Brito sobre "Nóbrega o homem de estado"; Manuel Rodrigues Ferreira, "Nóbrega primeiro agostiniano do Brasil"; Humberto Alves Morgado, "Nóbrega na Universidade de Coimbra"; Tito Lívio Ferreira, "O Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e a fundação de São Paulo". Agradeceu a oferta o nosso consócio José Pedro Leite Cordeiro.
c) Sala da Presidência - Duas placas de bronze, uma contendo a efigie, outra o nome do atual Presidente do Instituto.
d) Sala da Secretaria - Uma placa com o nome do saudoso Dr. José Torres de Oliveira que por 20 anos exerceu a presidência de nosso sodalício.
e) Biblioteca Recinto - Placa com o nome do nosso Presidente de Honra Affonso de Escragnolle Taunay; Leitura: Padre Manoel da Nóbrega - Fundador de São Paulo.
f ) Galeria de exposições - Placas com a homenagem: Galeria Pe. José de Anchieta.
  
"A medalha gravada em prata e bronze tem sido admirada por quantos a observam, não só pela concepção histórica devida a orientação do nosso Eminente Presidente de Honra, Affonso de Escragnolle Taunay, como ainda pela mestria de sua execução artística e técnica. Não conhecemos outra mais bela."
*Revista do IHGSP, edição "Exposições Comemorativas do IV Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo", Setembro – Outubro, 1954, São Paulo, pg.3
Sessão Magna de 25 de janeiro
Vencendo todos os tropeços relativos ao andamento das obras conseguimos inaugurar o Auditório, a Biblioteca e anexos na data máxima de 25 de janeiro. Inauguraram-se as placas comemorativas e sob a placa maior, da entrada, foram colocados os documentos que geralmente são usados no lançamento das pedras fundamentais. Nossa experiência tem demonstrado que os documentos, tais como atas, jornais, moedas, quando lançados sob os alicerces raramente são recuperados nas demolições. Não conhecemos um único caso de recuperação. A destruição pelo tempo, em locais dessa natureza, processa-se rapidamente. Mesmo quando são empregados meios de proteção. Por outro lado ainda que haja preservação de tais relíquias elas desaparecem durante os trabalhos de demolição que se processam grosseiramente. Assim, pelo método empregado no Instituto, os documentos ficaram embutidos na parede. Estão bem protegidos e sob a placa de bronze que poderá ser retirada, digamos, no próximo centenário, para exame da documentação que novamente voltará a seu posto. A sessão comemorativa do IV Centenário processou-se conforme os dizeres da ata respectiva. Foi uma bela festa em que usaram da palavra o Presidente Honorário, o Presidente efetivo e o Orador oficial.
A Diretoria

VISITA DOS PROFESSORES DO PROJETO VIVENDO A USP AO IHGSP


 
Dia 3 de abril de 2013, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo recebeu a visita de professores das Escolas Estaduais Patriarca da Independência e Mário Manoel Dantas Aquino.
A visita faz parte do Projeto Novos Talentos – Vivendo a USP e dentro da parceria estabelecida entre a USP e o IHGSP , durante o primeiro semestre os professores visitarão os espaços selecionados para apresentar à USP um projeto que permita a visita de seus alunos durante o segundo semestre.

As professoras foram recebidas pelo Sr. Júlio Abe, Curador da Sala de Exposições e cumprimentadas pela Presidenta do IHGSP, Dra. Nelly Candeias, que ressaltou a importância da atividade.

Visitaram o Memorial'32 – Centro de Estudos José Celestino Bourroul, um espaço destinado a contribuir e preservar a história da Revolução Constitucionalista de 1932. Conheceram a Biblioteca Constitucionalista que tem o maior e mais raro acervo especializado sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.


Apreciaram os objetos referente a temática e despediram-se com a certeza de que estarão retornando com os seus alunos no segundo semestre.
 
As professoras Aira, Juliana, Priscila e Maria Clara da EE Patricarca da Independência e as professoras Ângela, Luzia e Maria Lima da EE Mário Manoel Dantas Aquino registraram as imagens da visita e a professora Maria Clara Santarelli cedeu as fotografias.


 
Conheceram a Sala de Exposições e percorreram a Exposição 1: Objetos Arqueológicos e Contemporâneos; a Exposição 2: Trilha de Peabiru e a Exposição 3: Belmonte O Bandeirismo Paulista, episódios da história de São Paulo para uso das escolas.







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